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- jan 28, 2025
Imagine que, em vez de usar um computador fornecido pela empresa, você utiliza seu próprio laptop para trabalhar. Esse conceito é conhecido como BYOD, ou “Bring Your Own Device”. Trata-se de uma política adotada por empresas que permite aos funcionários usarem dispositivos pessoais no ambiente de trabalho, promovendo maior conforto e familiaridade.
Porém, a implementação dessa prática também traz certas preocupações, especialmente relacionadas à segurança dos dados corporativos. O acesso à rede da empresa pode expor informações sensíveis a riscos como vazamentos de dados, caso medidas adequadas de proteção não sejam adotadas.
Apesar dos desafios, o BYOD é uma prática em expansão. Segundo dados da Mordor Intelligence, o mercado global movimentou US$114,09 bilhões em 2024 e deve alcançar US$238,49 bilhões até 2029, com uma taxa de crescimento anual de 15,89%.
Mas como o BYOD funciona na prática? Quais são suas vantagens e desvantagens? E como implementá-lo de maneira eficaz? Neste artigo, vamos explorar como essa abordagem está transformando as formas de trabalho e apresentaremos estratégias para lidar com seus desafios. Boa leitura!
BYOD é uma política empresarial e de segurança que permite aos colaboradores usarem dispositivos pessoais, como laptops, tablets e smartphones, para realizar atividades corporativas. Isso inclui acessar e-mails, bancos de dados, arquivos armazenados em servidores e aplicativos empresariais.
A popularização da computação em nuvem (cloud computing) tem sido um dos principais impulsionadores dessa prática.
Essa abordagem oferece benefícios importantes para as empresas, como redução de custos com equipamentos e maior flexibilidade para os colaboradores, o que pode impactar positivamente a produtividade.
De acordo com o relatório da Mordor Intelligence, “os funcionários consideram mais conveniente usar seus dispositivos pessoais para atividades relacionadas ao trabalho. Eles conseguem alternar entre tarefas pessoais e profissionais de forma mais fluida, aumentando sua produtividade.
Além disso, a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar com o dispositivo preferido contribui para um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional”.
No entanto, a falta de gerenciamento adequado dos dispositivos móveis pode expor as empresas a riscos consideráveis, como ataques de malwares que comprometem a rede corporativa, vazamentos de dados sensíveis e até prejuízos financeiros ou de reputação.
As políticas de BYOD funcionam por meio da integração dos dispositivos pessoais à infraestrutura de TI corporativa. Para que esse processo seja realizado adequadamente, é preciso passar por algumas etapas: registro do dispositivo, uso de Virtual Private Network (VPN) e da computação em nuvem, verificação de compliance e treinamento.
Entenda cada uma dessas etapas:
Todas essas etapas precisam ter alinhamento à estratégia organizacional. Assim, a empresa consegue se proteger contra eventuais problemas de segurança cibernética.
Além disso, tudo deve ser documentado. As conversas informais são necessárias, mas os manuais são prioritários nesse caso, tanto para consultas posteriores quanto para evitar questionamentos por parte dos colaboradores.
Os principais desafios do BYOD são fragmentação e complexidade, e ausência de uma política clara de Bring Your Own Device. É importante superar esses obstáculos para garantir a proteção dos dados, além da conformidade e da boa gestão dos dispositivos.
Para entender melhor sobre esses desafios, explicamos as duas situações em seguida.
O maior desafio para a adoção generalizada do BYOD é a segurança, seguida de perto pelos problemas de conformidade. Esses aspectos não podem ser ignorados, porque o uso de aplicativos corporativos em dispositivos móveis de propriedade de funcionários pode levar a problemas de conectividade e vazamento de dados.
A segurança é, ainda, agravada pela fragmentação do mercado de sistemas operacionais móveis. O ciclo de lançamento de novas versões de SOs é medido em meses, diferente do período médio de atualização de três anos do Windows em um desktop, por exemplo.
Esse ritmo de mudança e o mercado fragmentado complicam as coisas para um departamento de TI. Isso porque se procura estabelecer um padrão consistente de segurança e suporte sem prescrever quais dispositivos um funcionário pode usar.
Um desafio secundário é a falta de uma política global de BYOD. As empresas encontram dificuldades em estabelecer regras formais de utilização dos dispositivos, sem que isso interfira na privacidade dos colaboradores.
Vale a pena destacar que a política de Bring Your Own Device determina as regras seguidas pelos funcionários ao utilizarem seus dispositivos no trabalho. Como não existem diretrizes globais, cada companhia pode fazer a sua — e isso tende a causar problemas, especialmente em pequenos negócios.
Por outro lado, quando a política é elaborada, reduz a curva de aprendizado do colaborador e a empresa consegue economizar. Sem contar que se consegue diminuir os riscos. Por isso, vale a pena investir nesse documento.
Para explicar melhor, os custos diminuem, porque a empresa não tem mais a obrigação de adquirir equipamentos. Além disso, os gastos com manutenção são minimizados, porque essa responsabilidade é dos colaboradores.
Desse modo, a redução de custos libera os recursos para serem investidos em outras áreas estratégicas do negócio. Ao mesmo tempo, a flexibilidade do BYOD permite que os colaboradores escolham os dispositivos com os quais se sentem confortáveis e produtivos. Assim, a eficiência no trabalho tende a aumentar.
Esse benefício leva à cultura dinâmica e adaptável. Isso significa que o colaborador pode trabalhar de qualquer lugar e hora, sem limitações derivadas da infraestrutura de TI. Enquanto isso, a satisfação aumenta justamente porque os funcionários podem trabalhar conforme suas preferências pessoais.
Assim, a execução das tarefas se torna mais confortável e intuitiva, resultando em uma experiência de trabalho mais agradável.
Com o BYOD, os colaboradores eliminam a necessidade de esperar pela configuração de dispositivos corporativos e estão propensos a uma resposta mais rápida às demandas do trabalho. Portanto, a produtividade geral da equipe é aumentada.
Dessa forma, apesar de todos os seus pontos positivos, é preciso compreender que o BYOD também traz consigo algumas desvantagens associadas a essa prática. A primeira delas é a privacidade dos funcionários.
Quando os colaboradores utilizam seus próprios dispositivos para realizar atividades profissionais, isso levanta questões sobre até que ponto a empresa pode monitorar ou acessar informações pessoais armazenadas nesses dispositivos. A falta de clareza nesse aspecto pode gerar desconforto e desconfiança.
Ao adotar o BYOD, as organizações também enfrentam o desafio de proteger seus dados contra ameaças cibernéticas. Dispositivos pessoais tendem a ser mais suscetíveis a malware, phishing e outras formas de ataques virtuais.
Ademais, a perda ou roubo desses dispositivos pode resultar na exposição de informações confidenciais da empresa e ter sérias consequências financeiras e de reputação.
Lembre-se de que, com a heterogeneidade de dispositivos no ambiente de trabalho, também vêm dificuldades significativas de gerenciamento para a equipe de TI. Diferentes sistemas operacionais, versões de software e configurações de segurança, tudo isso torna a tarefa complexa e desafiadora.
Por fim, é importante levar em conta os custos ocultos na implementação do BYOD. Entre eles estão: investimentos em software de segurança, soluções de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM), suporte técnico adicional e possíveis custos de conformidade regulatória.
Os principais métodos de segurança para BYOD são: gerenciamento de dispositivos móveis (MDM) e de aplicativos móveis (MAM), conteinerização, infraestrutura de desktop virtual e VPN.
A seguir, entenda como cada um deles funciona.
O MDM é uma prática que permite a gestão, o monitoramento e a segurança dos dispositivos usados pelos colaboradores. Com isso, pode-se implementar políticas de proteção de dados e a limpeza remota do sistema, a fim de garantir a atualização dos pacotes de segurança.
O MAM é uma política que foca a segurança de aplicativos específicos, em vez de todo o dispositivo. Por isso, é uma medida mais equilibrada e menos invasiva. Ainda assim, a empresa tem total controle de acesso aos aplicativos selecionados e aos dados inseridos neles.
A conteinerização consiste em compartimentar um espaço no dispositivo e realocar os dispositivos e dados relacionados ao trabalho. É uma opção interessante, porque divide os ambientes pessoal e profissional. Assim, as informações privadas do colaborador permanecem tendo privacidade.
Com o VDI, é possível conectar um computador virtual ao dispositivo do colaborador. Essa medida é possível devido à disponibilidade de processamento de dados e armazenamento nos servidores centralizados.
Desse modo, há redução dos riscos de vazamento de dados. Ao mesmo tempo, um ambiente de trabalho consistente é criado em diferentes equipamentos próprios dos funcionários.
A VPN é uma forma de conexão segura e encriptada, na qual os dispositivos compartilham informações sem riscos de terceiros invadirem a rede corporativa. As melhores soluções do mercado são rápidas, simples e protegem os dados durante seu trânsito.
Apesar desses desafios, é possível encontrar meios para uma utilização mais consciente e segura, visando a preservar a segurança dos dados empresariais. Confira algumas soluções aplicáveis:
Nem todo funcionário precisa, necessariamente, utilizar seus dispositivos pessoais para realizar tarefas da empresa. Dessa forma, a permissão para tal deve ser baseada na necessidade, visando sempre ao benefício que isso trará para a empresa.
Para não gerar insatisfações, determine critérios objetivos antes de permitir ou negar que o funcionário utilize seus dispositivos na realização de suas tarefas.
Além das políticas de acesso baseadas em funções, é importante implementar controles de acesso granulares, com base em critérios específicos, como horários de acesso, localizações geográficas e tipos de dispositivos.
Por exemplo, é possível restringir o acesso a determinados aplicativos ou dados confidenciais fora do horário comercial ou fora da rede corporativa.
Uma política de segurança BYOD não precisa ser tudo ou nada. Ou seja, você deve priorizar os serviços, aplicações e dados da empresa que realmente precisam ser disponibilizados para acesso a partir de dispositivos pessoais.
Ao decidir quais serviços serão disponibilizados em dispositivos BYOD, é importante considerar o nível de sensibilidade dos dados que serão acessados por meio deles.
Serviços que lidam com informações confidenciais ou pessoais devem ser cuidadosamente avaliados em termos de segurança e conformidade com regulamentações de privacidade.
A escolha correta deve considerar o tipo de usuário e de dispositivo, por exemplo. Existem muitos cenários e você deve optar pelo melhor para sua empresa.
As organizações precisam criar uma política sensata de uso, gerenciamento e segurança de BYOD que possa ser aplicada e atenda às necessidades e expectativas dos usuários finais.
Uma política de BYOD deve estar em conformidade com os principais requisitos do setor, além de atender às necessidades de aplicativos e processos de negócios.
O uso consciente da tecnologia é a melhor forma de impedir ciberataques. Sendo assim, a realização de treinamentos de segurança da informação pode ser uma grande aliada na proteção dos dados.
Para que os colaboradores utilizem seus recursos tecnológicos com mais prudência, é essencial que eles saibam a que tipo de ameaças estão expostos, bem como a melhor forma de evitá-las.
Incentive uma cultura organizacional em que a segurança seja uma responsabilidade compartilhada por todos os membros da equipe. E mantenha os funcionários informados sobre as atualizações de segurança e políticas da empresa relacionadas ao BYOD.
O gerenciamento de mobilidade corporativa (EMM, na sigla em inglês) é um dos maiores componentes de uma solução BYOD. Ele consiste em um conjunto de tecnologias, processos e políticas para proteger e gerenciar o uso de dispositivos móveis corporativos e de funcionários dentro de uma organização.
A prática recomendada sugere que as empresas tenham um EMM implementado que ofereça suporte à maior variedade de dispositivos e implemente a menor quantidade de restrições ao usuário, de modo a não afetar sua experiência.
Se você utiliza alguma das versões do Google Workspace, você pode contar com o Serviço de Gerenciamento de Dispositivos Móveis do Google. Com ele, você pode monitorar, reduzir e mitigar os riscos de segurança e ameaças no domínio Google Workspace da sua empresa.
Tanto os usuários quanto as equipes técnicas precisam de ajuda para entender a transformação BYOD. Ter uma política sensata e executável apoiada por ferramentas EMM fortes é apenas metade do caminho.
De acordo com um estudo da SentineIOne, 90% dos incidentes cibernéticos são derivados de erros e comportamentos humanos. Isso torna ainda mais importante para as empresas buscar as informações necessárias para uma transformação BYOD bem-sucedida.
Nesse sentido, a realização de treinamentos é um fator fundamental para ajudar a garantir a segurança das informações.
O BYOD é uma realidade e veio para ficar. Por isso, as empresas precisam se antecipar aos problemas e buscar meios de garantir a segurança dos dados, antes de ser vítima de algum vazamento.
Nesse sentido, contar com soluções que já integram o gerenciamento de dispositivos móveis, como o Google Workspace, é uma ótima saída para que sua empresa não venha a ter problemas com questões de segurança.
O BYOD é uma estratégia capaz de gerar benefícios à mobilidade e flexibilidade no local de trabalho, bem como para a produtividade de um modo geral. Mas, para garantir o sucesso e a segurança dessa abordagem, é fundamental estabelecer um bom planejamento e implementar medidas de proteção de dados eficazes.
Agora, você já sabe o que é BYOD e conhece algumas formas de tornar essa prática mais segura. Se você gostou deste conteúdo, então, também gostará de conhecer 4 maneiras de garantir a segurança na sua empresa com o Google Workspace.
BYOD é uma política empresarial e de segurança conhecida como Bring Your Own Device, ou “Traga Seu Próprio Dispositivo”. Seu significado tem ganhado destaque nos últimos anos, em grande parte devido à crescente popularidade da computação em nuvem.
A finalidade de uma política BYOD é deixar os colaboradores utilizarem seus próprios dispositivos para a execução das atividades empresariais. Isso implica a adoção de estratégias de segurança e diretrizes para a segurança da informação corporativa.
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