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- jul 18, 2025
Gerir uma clínica ou hospital já é desafiador por si só. Equilibrar agendas, garantir qualidade no atendimento, controlar custos e manter a equipe motivada é um exercício diário. Mas poucos pontos geram tanta frustração quanto prestar um serviço, enviar a cobrança para a operadora de saúde e receber um não como resposta. É aqui que entra a glosa médica e, com ela, prejuízos que poderiam ser evitados.
Se você deseja entender o que é uma glosa médica, conhecer seus principais tipos, aprender a preveni-la e saber como agir quando ela ocorrer, continue a leitura deste conteúdo. Além de explicar tudo isso, vamos mostrar como transformar esse desafio em uma oportunidade para otimizar processos e aumentar a saúde financeira da sua instituição.
Glosa médica é a recusa, por parte da operadora de saúde, do pagamento de um procedimento, serviço ou material solicitado ou executado, seja parcial ou total, por inconsistências administrativas, técnicas ou contratuais.
Ou seja, é quando a operadora nega o pagamento de algo que você já executou, alegando algum tipo de falha ou divergência. Isso significa que, além de não receber pelo serviço, você ainda teve custos com equipe, insumos e estrutura, impactando diretamente a rentabilidade da clínica.
Para ter dimensão do problema, um estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) aponta que as glosas podem representar 20% a 30% do faturamento total de um prestador de serviços de saúde. Em uma pesquisa recente sobre uma operadora de autogestão (2018–2022), a taxa média anual de glosas foi de 10%, totalizando mais de R$ 184 milhões negados no período — mais da metade por motivos administrativos.
As glosas médicas podem ter origens distintas. Conhecer cada tipo é o primeiro passo para combatê-las.
A glosa administrativa ocorre devido a falhas operacionais, cadastrais ou de preenchimento de guias.
Exemplos comuns de erros que podem gerar a glosa administrativa incluem:
Essas falhas são as mais frequentes e, muitas vezes, as mais simples de evitar, desde que haja processos claros e conferência cuidadosa antes do envio.
A glosa técnica acontece quando a operadora questiona a pertinência clínica do procedimento.
Os questionamentos das operadoras de saúde podem ocorrer devido a:
Para evitar qualquer tipo de questionamento, é fundamental juntar uma documentação robusta e organizada, para demonstrar a necessidade do serviço prestado.
A glosa linear é relacionada a desalinhamentos contratuais. Ocorre quando o valor ou o procedimento cobrado não está previsto, ou está diferente do acordado no contrato com a operadora.
Nesse caso, a prevenção passa por um bom controle e compreensão detalhada dos contratos, evitando cobranças fora do escopo negociado.
Prevenir glosas médicas é mais eficiente e menos custoso do que tentar revertê-las. Veja, a seguir, dicas importantes para evitá-las.
Tenha um sistema — físico ou digital — para armazenar e acessar rapidamente todas as cláusulas contratuais. Isso evita cobranças desalinhadas e ajuda a identificar quando a operadora está aplicando regras de forma incorreta.
Mantenha uma planilha ou dashboard com as principais regras, prazos e coberturas de cada convênio.
Crie um fluxo de conferência antes do envio do faturamento, que pode incluir:
Esse passo é importante para detectar inconsistências que gerariam glosas administrativas.
Regras e normas mudam constantemente na saúde suplementar, e uma equipe atualizada sabe:
A educação contínua reduz falhas humanas e fortalece a qualidade do faturamento.
Revisões manuais são limitadas e sujeitas a erros. Soluções de inteligência artificial (IA) podem validar automaticamente campos e códigos, detectar inconsistências antes do envio e integrar-se a sistemas de faturamento.
Além de agilizar processos, a automação aumenta a taxa de acerto e reduz glosas administrativas.
Mesmo com prevenção, glosas médicas podem ocorrer. Nessa hora, ter um processo claro acelera a resolução.
Ao receber o pagamento da operadora, verifique o demonstrativo detalhado e identifique qual procedimento foi glosado e qual foi a justificativa apresentada.
Colete todos os documentos que comprovem a cobrança, como:
Respeite os prazos contratuais. O recurso deve:
Não basta enviar o recurso, é preciso acompanhar. Tenha um responsável pelo follow-up para garantir que ele não seja esquecido e receba resposta dentro do prazo.
Tratar glosas não precisa ser apenas “apagar incêndios”. Quando a gestão é feita de forma estratégica, ela melhora processos internos, reduz desperdícios e retrabalho e fortalece a relação com operadoras.
A combinação de processos bem definidos, equipe capacitada e tecnologia inteligente é o que transforma uma área de prejuízo em um pilar de eficiência e sustentabilidade financeira.
Aqui entra o SantoiD Saúde, nossa solução de IA que valida documentos automaticamente, identifica erros antes do envio e reduz significativamente glosas administrativas. Menos erros humanos, mais precisão — e mais receita garantida para sua instituição.
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Glosa médica é a recusa, total ou parcial, do pagamento de um procedimento, exame ou serviço de saúde por parte da operadora ou plano de saúde. Geralmente ocorre por erros administrativos, questionamentos técnicos ou divergências contratuais, afetando diretamente o faturamento de clínicas e hospitais.
Os principais tipos de glosa médica são:
1. glosa administrativa: causada por falhas de preenchimento, erros cadastrais ou informações incompletas;
2. glosa técnica: quando a operadora questiona a necessidade ou pertinência clínica do procedimento;
3. glosa linear: resultado de divergências entre o valor ou serviço cobrado e o que está previsto no contrato.
No plano de saúde, a glosa é quando a operadora nega o pagamento de um serviço prestado, alegando descumprimento de regras, falta de documentação ou incompatibilidade com o contrato.
As principais causas de glosa médica incluem erros de preenchimento de guias, falta de laudos ou documentos, divergências contratuais e questionamentos sobre a justificativa clínica do atendimento.
Para evitar glosas médicas, é importante organizar contratos, implementar auditoria interna, treinar continuamente a equipe e usar tecnologia, como inteligência artificial, para validar dados e reduzir erros antes do envio à operadora.
Para contestar, identifique o motivo da glosa médica, reúna documentos comprobatórios (laudos, prontuários, autorizações), elabore o recurso de forma clara e envie dentro do prazo contratual, acompanhando até a resposta final da operadora.
Crédito da imagem: Freepik